21 de dezembro de 2013

Uma história de Natal

           Numa noite muito, muito escura, em que nem a lua e todas as estrelas do céu conseguiam iluminar, apareceu uma estrela bem brilhante. Três reis viram essa estrela.  Eram muito curiosos e ficaram espantados com aquele brilho no céu.

__Que estrela é aquela? – perguntou um deles aos outros.
__Nunca vi estrela tão grande assim! – disse o outro.
__E parece que ela está indo naquela direção! – completou o terceiro.
Os três olharam curiosos e disseram ao mesmo tempo:
__Algo especial vai acontecer!!!  Precisamos ver!!!
Então, um deles encheu uma caixinha com pequenas pepitas de ouro. O outro colocou num pequeno saquinho pedacinhos de madeira perfumada.  O terceiro encheu um outro saquinho com as folhas de uma plantinha que servia para fazer chás e curar muitas doenças.  Os três juntos partiram na direção que a estrela indicava.

            Enquanto isso, bem longe dali, havia um boizinho.  Pobre bichinho! Trabalhava muito, puxando arado para semear a terra e puxando carroças carregadinhas de pasto. Pena que muitas vezes o pasto nem era para ele. Quantas vezes o boizinho teve vontade de comer aquela grama fresquinha! Que nada! Mal se virava para trás para tentar provar um pouco e seu dono o enchia de chicotadas, mandando que ele andasse mais rápido e trabalhasse.
              Naquela noite, o boizinho foi atraído pela luz que vinha daquela estranha estrela. Um brilho diferente de todos os outros. E o boizinho decidiu:
              __Não quero mais sofrer tanto assim! Vou fugir! Encontrar um lugar com grama verdinha que eu possa comer à vontade. Um lugar onde eu não precise apanhar para trabalhar.
              Mas, então, o boizinho lembrou que nunca tinha saído de perto de casa. E se ele se perdesse?  Ao olhar para o céu, teve uma ideia: a estrela podia guiá-lo para outro lugar.  E o boizinho sentiu-se corajoso.  Ergueu-se e partiu na direção que a estrela indicava.
              Bem perto de onde o boizinho estava, havia uma cidade muito pequena.  Seu nome era Belém.  Naqueles dias, Belém estava movimentada porque pessoas de todos os lugares tinham ido visitá-la.  Era tanta gente que quase não havia mais lugares para os que chegavam.


Em Belém, existia um burrinho.  Pobre bichinho!  Seu dono o fazia transportar os visitantes para tudo quanto era lugar.  E o burrinho subia e descia as ladeiras sem descanso.  Havia gente levinha... mas como havia gente pesada!  As costas doíam muito e seu dono não o deixava parar para tomar uma água fresquinha.  Numa dessas horas, tão cansado o burrinho ficou que suas pernas não conseguiam mais se mover... nem pra frente... nem pra trás... nem pra um lado... nem pra outro.
O dono do burrinho ficou muito zangado.  Bateu nele com um chicote e resolveu abandoná-lo ali mesmo na entrada da cidade.  Ele tinha ganhado tanto dinheiro que poderia comprar dois burrinhos mais fortes que aquele.  Quando a noite chegou, o burrinho estava ali, solto na rua, com fome, com frio e sem forças para poder caminhar.
__O que eu faço agora?  Queria tanto morar com uma família que gostasse de mim!
Com lágrimas nos olhos, o burrinho viu o reflexo do brilho da estrela nas pedras da rua e olhou para cima. A estrela parecia estar em cima da cidade, iluminando tudo mais que a lua e o sol. O burrinho viu também um homem e uma mulher que se aproximavam. O homem tinha aparência cansada. A moça estava esperando nenê e caminhava com bastante dificuldade, quase tropeçando na calçada.

O burrinho fez um esforço, ergueu-se, aproximou-se da moça e baixou a cabeça, oferecendo carona. A moça entendeu, sorriu, passando a mão nas orelhas do burrinho e subiu em suas costas. O burrinho então sentiu que todo o cansaço havia sumido e que ele parecia tão leve como se nunca tivesse carregado ninguém.
            O casal levou o burrinho para uma estrebaria. O boizinho já estava lá comendo um pasto muito macio. O burrinho sentou-se junto a ele.  Estava tão frio que todos ficaram juntinhos do homem e da moça para se aquecerem. De repente, a estrela começou a brilhar muito forte, tão forte que eles não conseguiam ver nada. Quando o brilho diminuiu e a estrela parou no céu, uma surpresa! Numa caminha feita com palha, estava uma criança: o menino Jesus.

            Foi então que chegaram os três reis, lá do começo da nossa história.  Eles se ajoelharam diante da caminha, sorriram para o menino e lhe deram os três presentes que haviam trazido.  É por isso que as crianças ganham presentes na noite de Natal... para lembrarem do menino Jesus. O menino que veio nos ensinar a tratar bem todas as pessoas e animais. O menino que veio nos ensinar a amar.
 
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História inspirada na tradição popular e
no livro Um burrinho de sorte de Chloris de Araújo.
            Os superagradecimentos da SuperHoraDoConto 
à colaboradora Nádia Faganello que mais uma vez nos cedeu gentilmente seu presépio.

 
 
 
 

 

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